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Folha de S.Paulo | Marçal segue teoria econômica que potencializa lucro nas redes sociais com polêmicas
Escrito em 30 de setembro de 2024

Economia da atenção é estratégia por trás de postura agressiva para obter espaço em meio ao excesso de informações

Por Mariana Zylberkan | 28/09/2024

“A forma mais poderosa de entrar é sendo criticado, [criando] uma polêmica, uma destruição”, explicou Pablo Marçal (PRTB) durante entrevista ao canal Primo Rico, no último dia 19, sobre sua estratégia para atingir o que chama de “níveis estratosféricos de inconsciente coletivo”, ou seja, tornar-se muito conhecido.
A prática pôde ser constatada durante debate do Flow Podcast, na segunda-feira (23), do qual ele foi expulso após desrespeitar as regras ao partir para o conflito com o adversário Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição.
Nos bastidores, um integrante da sua equipe deu um soco no marqueteiro de Nunes, que ficou com o rosto ensanguentado.
Pablo Marçal (PRTB) bate boca com Ricardo Nunes (MDB) no debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo na RedeTV! – Folhapress
A estratégia assumida publicamente por Marçal dias após levar uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) —até então o ápice do ambiente agressivo que vinha construindo desde o início da campanha— baseia-se em uma teoria nascida no meio econômico transportada para o digital como uma ferramenta eficiente de lucro.
A chamada “economia da atenção” considera o tempo gasto pelo usuário nas redes sociais uma mercadoria limitada e, portanto, disputada em troca de monetização —termo usado para se referir aos pagamentos feitos pelas redes sociais a donos de páginas que produzem conteúdo gerador de visualizações em massa.
O conceito é anterior às redes sociais e foi criado na década de 1970 pelo psicólogo e economista Herbert A. Simon, vencedor do Nobel de Economia em 1978. Ele atrelou a teoria da escassez que rege as relações econômicas à capacidade cognitiva humana.
Para manter a dianteira em meio ao excesso de estímulos, como explica Marçal, uma saída é acessar emoções intensas, como raiva e indignação, porque prendem mais a atenção dos usuários e instigam o engajamento.
“Os algoritmos são feitos para manter as pessoas online e, na medida em que o conteúdo se radicaliza por meio do ódio e de reações viscerais, as pessoas reagem mais e continuam online”, diz Ana Carolina Noronha, professora de linguística da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
No dia seguinte ao debate da TV Cultura, no qual Marçal levou a cadeirada, o perfil do autodenominado ex-coach alcançou engajamento duas vezes maior. Ele fez 23 publicações que renderam média de 265 mil interações cada uma. Nos três meses anteriores, a média havia sido de 133 mil.
Levantamento do Instituto Democracia em Xeque e do Observatório de Conflitos na Internet identificou ainda que 49 contas com o nome de Marçal no TikTok somaram 14,1 milhões de visualizações e mais de 4,8 milhões de seguidores durante nove dias, no início de setembro.
Leia a matéria na íntegra.

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